Reconhecer que somos grandes primatas é o primeiro passo para entender a origem de nosso comportamento
Não há como negar que nós, seres humanos, estamos acostumados a nos
vermos como uma espécie à parte do mundo animal. Quando pessoas cometem
genocídios, nós as chamamos de animais, mas quando fazem caridade, nós
as elogiamos por serem humanas, lembra o biólogo holandês Frans de Waal
no livro "Eu, Primata", um estudo que compara o comportamento de
chimpanzés e bonobos (espécie semelhante ao chimpanzé) ao nosso
comportamento.
Após anos de observação dos nossos parentes mais próximos na evolução (os chimpanzés compartilham conosco 98,6% dos genes), De Waal e uma série de outros pesquisadores estão derrubando as fronteiras que colocavam a espécie humana totalmente à parte de seus primos.
Não se trata de defender que seres humanos, chimpanzés, orangotangos, gorilas e outros primatas são iguais. Eles não são. Mas de reconhecer o que os especialistas sabem há muito tempo: somos bem mais parecidos com eles do que costumamos admitir e vice-versa.
Assim como nós, os grandes primatas têm autoconsciência, cultura própria, ferramentas e habilidades políticas. Ao identificar em outras espécies traços que eram considerados exclusivos dos seres humanos, a forma como encaramos nossas próprias emoções e comportamento deve mudar nas próximas décadas. Mas como?
Após anos de observação dos nossos parentes mais próximos na evolução (os chimpanzés compartilham conosco 98,6% dos genes), De Waal e uma série de outros pesquisadores estão derrubando as fronteiras que colocavam a espécie humana totalmente à parte de seus primos.
Não se trata de defender que seres humanos, chimpanzés, orangotangos, gorilas e outros primatas são iguais. Eles não são. Mas de reconhecer o que os especialistas sabem há muito tempo: somos bem mais parecidos com eles do que costumamos admitir e vice-versa.
Assim como nós, os grandes primatas têm autoconsciência, cultura própria, ferramentas e habilidades políticas. Ao identificar em outras espécies traços que eram considerados exclusivos dos seres humanos, a forma como encaramos nossas próprias emoções e comportamento deve mudar nas próximas décadas. Mas como?

Somos bem mais parecidos com os primatas do que costumamos admitir
Foto: Dreamstime
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Desejo de poder
Desde o século 4 a.C., Aristóteles já havia definido o homem como um
animal político. Quando foi estudar os chimpanzés na Tanzânia, na década
de 1960, a americana Jane Goodall fez uma descoberta fascinante: as
coalizões e disputas entre os machos de um mesmo grupo eram cheias de
lances típicos de parlamentares no Congresso.
Goodall percebeu que a força bruta não era suficiente para que os machos dominantes preservassem seu poder. Para isso, eles tinham que fazer alianças e conchavos, como qualquer candidato à promoção em uma empresa ou a um cargo político.
Goodall percebeu que a força bruta não era suficiente para que os machos dominantes preservassem seu poder. Para isso, eles tinham que fazer alianças e conchavos, como qualquer candidato à promoção em uma empresa ou a um cargo político.
Sexo por prazer
Se você acha que o homem é o único animal capaz de fazer sexo como
forma de aliviar um dia estressante, você precisa conhecer os bonobos.
Enquanto os chimpanzés são liderados por machos, os bonobos são
dominados por fêmeas. Eles não só fazem sexo em uma infinidade de
posições, mas também em praticamente todas as combinações de parceiro,
afirma Frans de Waal. Eles refutam a ideia de que sexo se destina
unicamente à procriação.
Ao contrário dos bonobos, ainda há muita gente em nossa espécie que insiste em tratar o desejo sexual como uma espécie de desvio ou perversão. O fato é que, assim como os bonobos, temos apetite sexual além daquele necessário para fecundar um óvulo de vez em quando, afirma Frans de Waal. Isso não significa, contudo, que seguimos o mesmo padrão sexual dessa espécie.
Ainda assim, a diversidade sexual dos bonobos seria uma lembrança constante de que não somos os únicos hedonistas sexuais entre os primatas. Assim como a luta pelo poder, a observação dos primatas tem nos ensinado que a busca do sexo por prazer é mais um traço da nossa natureza queiramos usá-la, ou não.
Ao contrário dos bonobos, ainda há muita gente em nossa espécie que insiste em tratar o desejo sexual como uma espécie de desvio ou perversão. O fato é que, assim como os bonobos, temos apetite sexual além daquele necessário para fecundar um óvulo de vez em quando, afirma Frans de Waal. Isso não significa, contudo, que seguimos o mesmo padrão sexual dessa espécie.
Ainda assim, a diversidade sexual dos bonobos seria uma lembrança constante de que não somos os únicos hedonistas sexuais entre os primatas. Assim como a luta pelo poder, a observação dos primatas tem nos ensinado que a busca do sexo por prazer é mais um traço da nossa natureza queiramos usá-la, ou não.
Disponível em: http://mdemulher.abril.com.br/bem-estar/reportagem/auto-ajuda/seres-humanos-podem-aprender-animais-279410.shtml
Postado por: Juliano Ciasca Giaretta
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